CORNOS
DE RINOCERONTES PROVENIENTES DE MOÇAMBIQUE APREENDIDOS EM HONG KONG
@VERDADE – 29.07.2015
Autoridades alfandegárias de Hong
Kong, na China, apreenderam dez pedaços de cornos de rinocerontes, na
segunda-feira (27), em três encomendas que chegaram por via aérea provenientes
de Moçambique.
Os agentes alfandegários encontraram
as encomendas na área de inspecção de carga aérea com a declaração de que
continham amostras de madeira provenientes da cidade de Pemba, capital da
província de Cabo Delgado, em voos que chegaram a Hong Kong, com passagem por Joanesburgo,
na África do Sul, nos dias 26 e 27 de Julho.
Após uma análise mais detalhada,
segundo um comunicado do Governo de Hong Kong, citado por médias locais, os
agentes alfandegários verificaram que as encomendas na realidade continham
cornos de rinocerontes cortados em pequenos pedaços, enrolados em papel de
alumínio e plástico e também algumas peças de madeira. Juntos, os pedaços
compõem pelo menos dois cornos completos de rinocerontes.
As autoridades de Hong Kong suspeitam
de que os cornos foram cortados em pedaços mais pequenos, cada um pesando 6,71
quilogramas, na tentativa de dissimulá-los para enganar a Polícia. A mercadoria
apreendida foi avaliada em 1,34 milhão de dólares norte-americanos.
A população de rinocerontes em
Moçambique está oficialmente extinta. Segundo o Fundo Mundial para a Vida
Selvagem e Natureza (WWF), 85% destas espécies encontram-se na África do Sul,
onde anualmente são reportados casos de abates ilegais no Parque Kruger por
caçadores furtivos que entram através de Moçambique.
O distrito de Massingir, na província
de Gaza, é apontado como a principal rota dos caçadores ilegais que se
aproveitam das fragilidades das autoridades moçambicanas para entrarem no
parque sul-africano que é parte integrante da área de Conservação Transfronteiriça
do Grande Limpopo - composta pelos parques do Limpopo, Zinave e Banhine
(Moçambique), Kruger (na África do Sul) e Gonarezhou (no Zimbabwe).
Moçambique é usado também pelos
traficantes para fazerem os chifres de rinocerontes chegar aos mercados ilegais
da Ásia, onde são apreciados pelos seus supostos benefícios no tratamento do
cancro e de outras doenças, devido à facilidade de passar pelos agentes da
Autoridade Tributária e outras autoridades existentes nas áreas fronteiriças.
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