NYUSI EM TETE
DT/SN/SG, AIM – 29.07.2015
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O Presidente da República, Filipe Nyusi, condenou hoje os ataques que estão sendo protagonizados pelos homens armados da Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, em algumas regiões de Tete, sublinhando que esta província não deve ser o centro de treinos para confusões.

Falando em Manje, sede do distrito de Chiuta, durante um comício que orientou no âmbito da sua visita de trabalho de quatro dias à esta província, localizada no centro de Moçambique, Nyusi recordou que Tete fez guerra contra o colonialismo português para se libertar e conquistar a independência.

Isso que estamos a ouvir por aí tem que parar. A população não deve permitir que alguém saia do seu distrito, onde vive bem, para vir fazer guerra aqui em Tete, vincou o Chefe de Estado moçambicano.

Realçou que a população de Tete quer paz. Aliás, durante o comício, este sentimento foi a nota dominante e que foi testemunhado pela mensagem dos residentes de Manje apresentada ao Chefe de Estado e que repudia estes actos.

Tete quer paz. Não permitam qualquer que seja o indivíduo que venha aqui criar distúrbios. Ninguém vos pode enganar para fazer guerra, apelou Nyusi, num tom vigoroso.

O Chefe de Estado reagia aos últimos relatos que indicam a ocorrência de ataques, sobretudo na região norte de Tete, particularmente nos distritos de Tsangano e Moatize, que forçaram as populações a abandonar as suas residências para se refugiarem no vizinho Malawi.

Um dos últimos ataques terá ocorrido na última sexta-feira, no posto administrativo de Zóbuè, distrito de Moatize. Como resultado, cerca de 100 pessoas procuraram refúgio no Malawi, segundo noticiou, na altura, a Rádio Moçambique.

O ataque resultou também na destruição de casas e celeiros.

Este não é o primeiro ataque da Renamo no distrito de Tsangano, onde a Renamo teima em manter uma das suas principais bases militares, não obstante o acordo de Cessação de Hostilidades Militares assinado a 25 de Setembro de 2014 e que contempla, entre outras acções, a desmilitarização das forças residuais deste do antigo movimento rebelde em Moçambique.

Há cerca de um mês, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, admitiu ter autorizado um ataque contra as forças de defesa e segurança moçambicanas, alegadamente para evitar que estas atacassem as posições dos seus homens armados.

AFONSO DHLAKAMA REAGE AOS CONFRONTOS EM TETE
José Pantie e José Jeco, CANALMOZ – 27.07.2015
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“São jovens que estão a morrer em benefício dos ladrões da Frelimo”

Os confrontos armados entre as forças governamentais e os homens armados da Renamo estão a intensificar-se, a cada dia que passa, no interior da província de Tete.

Apesar de Filipe Nyusi afirmar que na sua cabeça só cabe a paz, a verdade é que o Governo continua a querer desactivar as bases da Renamo à força.

Relatos avulsos, sem confirmação oficial, dão conta de mais militares das tropas do Governo mortos em duas semanas de combate.

No passado fim-de-semana ocorreram cinco confrontos militares. O primeiro ocorreu no sábado, às 9.00 horas, nas redondezas do povoado de Chinhajane, em Tsangano, quando uma companhia das Forças Armadas pretendia invadir a base da Renamo na mesma localidade.

Quando as Forças Armadas se aproximavam da base da Renamo, foram recebidas a tiro, tendo resultado em mortos cujo número não foi revelado, nove feridos graves e danos avultados nas viaturas militares.

Os outros quatro confrontos tiveram lugar em Mojo, Chibaene, na tarde de ontem, domingo, sem vítimas.

Um militar das tropas governamentais, que fazia parte do batalhão que foi recebido a tiro em Mojo, disse ao “Canalmoz” que o grupo que foi metralhado ia render o outro.

A fonte disse que têm no interior de Mojo quatro carros blindados, cinco viaturas e diversas armas pesadas.

Devido aos confrontos, a população tem-se refugiado no Malawi, pela fronteira de Calomúe-Angónia, e fixa-se na região de Dedza.

A administradora de Tsangano, Ana Berresone, classificou a situação como preocupante. “A nossa situação não é boa. Temos três escolas encerradas e a população em debandada, a fugir para o Malawi”, disse Ana Berresone.

Dhlakama reage

Entretanto, o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou a reagir aos confrontos. Disse que nada do que se está a passar em Tete estaria a acontecer se a Frelimo não insistisse em enviar tropas para desactivar as bases da Renamo à força. Dhlakama lamentou que sejam jovens, filhos do povo, que estão a morrer em causas incompreensíveis.

“São muitos jovens que estão a morrer em benefício dos gananciosos e ladrões da Frelimo, que roubam os impostos do povo. São pais, filhos, irmãos, sobrinhos de muitas famílias que hoje deixaram de existir por tentarem defender os ladrões da Frelimo”.

DHLAKAMA DIZ TER ORDENADO ATAQUES EM TETE E ESPERA ENCONTRO COM NYUSI PARA BREVE
Por Francisco Raiva, O PAÍS – 16.07.2015
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Hostilidades no centro do país

O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, confirmou ontem ter sido o autor da ordem para os ataques perpetrados pelas suas tropas aos efectivos das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na província central de Tete, no início do mês em curso.

Dhlakama confirmou assim as acusações feitas, esta semana, pelo governo, durante a ronda do diálogo político, e no Conselho de Ministros desta semana. “Fui eu que dei ordens pessoalmente às minhas forças para atacar as tropas governamentais em Tete e na zona sul do país”, disse o líder da Renamo, em contacto com a imprensa.

Dhlakama disse que as suas ordens são legítimas e são uma reacção ao que chamou de perseguições empreendidas pelas FDS. “A questão é simples. Nós cansámos de fugir. Desde que assinei o acordo de cessão de hostilidades, em Setembro do ano passado, juntamente com o antigo presidente, Armando Guebuza, as forças do governo têm estado em constante movimentação ao encontro dos nossos guerrilheiros”, justificou Dhlakama, para de seguida realçar: “Cansámos de fugir e decidimos atacar aqueles que estão a provocar-nos.

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