UMA INTERVENÇÃO OU DISCURSO SENSATO
CALA FUNDO, REGISTA A MEMÓRIA, EDUCA-NOS
Sérgio Vieira, O PAÍS –
21.07.2015
Em
contrapartida a insensatez, falar por falar, intervenções contraditórias,
baboseiras, mero palavreado irritam-nos, perturbam a sociedade quando alguém
que se pretende dirigente político ou empresarial prima pela declaração e
acções irresponsáveis.
Devo notar a
prudência e sensatez dos discursos do Chefe do Estado, quer nas presidências
abertas, quer em demais cerimónias. Igualmente o Primeiro-Ministro e demais
governantes estão a pautar por um caminhar prudente, abertura ao diálogo e
intervenções correctas.
Isto cala
fundo no pensamento e coração dos cidadãos e granjeia estima, confiança e
consideração.
Continua a
saga da EMATUM.
Notam-se as
afirmações contraditórias entre o actual Ministro da Economia e o anterior
Ministro das Finanças, assim como de certas personalidades. Só daqui a dois
anos ouviremos a opinião do antecessor que ora se candidata à direcção da
Federação de Futebol? Estamos ou não com uma dívida sustentável? Quanto se
pesca de atum com os barcos bem amarrados nas docas? Trata-se de pesca com
embarcações especializadas para pesca apenas quando atracados nas docas?
Quando irão
os corruptores e corruptos para a cadeia? O Governador de Tete denunciou uma
tentativa para o subornar.
Mal agiu ao
não transmitir de imediato o caso para a Procuradoria. Precisamos de o fazer
para tornar a nossa governação e administração pública fiáveis, idóneas,
incorruptíveis. Já chega de chazinhos quentes e carícias para o inadmissível.
Desejamos acreditar e confiar nas direcções do país.
Não encontro
justificação na recusa dos testes obrigatórios sobre o HIV/SIDA, antes do
casamento, ou até para se concorrer a uma posição.
Pelos vistos
tal merece crítica e recusa porque o proponente da ideia não faz parte dos bem
vistos.
Devo dizer que
a recusa linear de uma senhora deputada em aceitar sequer discutir a ideia
porque proveniente de alguém da oposição, cheira-me a sectarismo primitivo e
contraria frontalmente o esforço de inclusão afirmado pelo Presidente Nyusi que
afirma e reafirma que nenhum Partido possui o monopólio das boas ideias.
Isso em nada
põe em causa o direito à privacidade, e este direito subordina-se à obrigação
da protecção da saúde pública, à prevenção da disseminação de doenças
contagiosas. Para um posto de emprego pede-se uma certidão de aptidão física
para a tarefa. Até para uma carta de condução. Uma mãe infectada pode dar à luz
um bebé infectado! O Código Penal já sanciona aquele que transmite o SIDA.
Porque não um passo em frente para salvar o país e novas gerações? Contraria a
privacidade declarar-se uma epidemia, o haver doenças de declaração obrigatória
até para a OMS, isolarem-se em enfermarias especiais pacientes portadores de
doenças contagiosas? Onde não se faz isto?
Já agora e
lendo um semanário da praça que se pretende respeitável, tomei nota duma
acusação contra as forças da ordem e segurança. Elas haviam disseminado a gonorreia
nas hostes duns foragidos de justiça. A medicina actual desconhecia que o
gonococo se transmitiria com pós de perlimpimpim atirados para o ar.
Talvez levar
esta contribuição aos anais médicos e pedir-se um Nobel de Medicina, pois que
até hoje só se sabia que o ar livre, o oxigénio, matava esse gonococo e que
este apenas se transmitia através de relações íntimas. Bravo jornalista, editores
e redactores! Vão a Oslo receber o prémio… Pelo menos da imbecilidade e
ignorância.
Pareceu-me
sensato que o Ministério da Justiça recuasse no absurdo de exigir que se
fizesse um depósito bancário prévio para reconhecer uma simples assinatura.
Para pagar 5 meticais ou 10, uma hora nas bichas dos bancos e comissões enormes
para o Banco.
Controlem os
funcionários desonestos, não sacrifiquem o público, o cidadão que em última
análise colocou X a exercer as funções que o tornam Ministro ou Director.
Merecem
respeito e consideração aqueles que pagam os impostos e serviços e, em última
análise os salários de toda a Função Pública e governantes. Não façam das
gentes deste país os bodes expiatórios da desonestidade de alguns que se
pretendem servidores públicos.
Já agora,
quando meios automáticos existem para se apagarem incêndios nos serviços de
notariado? Devemos ver a documentação arder e perderem-se os registos que tanto
necessitamos? Podem eles ser devorados por baratas, ratos e demais bicharia?
Como vários cidadãos
fiquei sem registos de nascimento, porque ardeu a Conservatória em que me
encontrava registado. Lá se instalou uma outra, tão vulnerável como a anterior.
Construíram-se
em Maputo diversos edifícios soberbos e luxuosos para tribunais e procuradorias.
Não estaria contra se já satisfeito o essencial e se liquidassem as
vulnerabilidades nos arquivos que servem a nossa vida.
Vejam o
estado e segurança das Conservatórias, do registo e notariado ao registo
predial, comercial, ali onde no quotidiano devemos recorrer.
Durante dias
inteiros páginas de jornais com publicidade para limpar a dignidade de um edil que parece que um
grupo o caluniou.
Quando
veremos os buracos tapados, limpas as valas de drenagem, reparadas as vias
urbanas? Refeitos os recintos para a miudagem brincar, as tabelas de basquete
nos postes, os jardins e zonas de lazer, os pulmões de eucaliptos e outras
árvores que embelezavam a cidade e lhe davam um bom ar, hoje substituídos por enormes
edifícios? O mau desempenho da edilidade não conspurca muito mais do que as
pseudo divergências com um grupo de um bairro que discorda das medidas?
O nosso
eterno perdedor repete-se em ameaças. Próprio dos falhados o tornarem-se
invejosos, rancorosos e irascíveis. Ganham amor-próprio fazendo ameaças. Há
vários na praça.
Este
distingue-se, porque desde que abandonado pelos seus criadores e mentores
deleita-se a ameaçar. Infelizmente não ameaça apenas, manda matar, queimar,
destruir, sabotar o esforço nacional de trabalho para desenvolver o país e
libertá-lo da miséria, ignorância e doença.
A Justiça e
o TPI há muito que o deveriam declarar terrorista, a ele e apaniguados,
criminosos contra a Humanidade e praticantes sistemáticos de crimes odiosos de
guerra. Enfim, há que engolir sapos pela paz, fazerem-se concessões para
vivermos. Mas até quando?
Em todos os
países faz-se manutenção das subestações e das linhas de energia. Sanciona-se a
empresa que priva os cidadãos e utentes de água e energia. No dia 12 de Julho
mais de metade do país esteve sem energia e água para manutenção de uma
subestação e linhas. Por consequência famílias ficaram privadas de água num
Domingo. Deveremos condecorar os gestores das nossas penas e sofrimentos?
Um abraço à
honradez e coerência.
P.S. A Dr.ª
Maria da Luz renunciou à presidência da OMM. Saiu com elegância. Qual a razão
para a Primeira-Dama presidir à OMM, o Presidente do Partido à ACLIN?
As organizações sociais da FRELIMO carecerão de dependência? Graça Machel fez
parte do Secretariado da OMM e embora Primeira-Dama nunca a presidiu.
Por estes caminhos o filho do Presidente devia dirigir a OJM e o neto a Continuadores.
Um abraço para o fim dos ditirambos e o pôr-se o combóio nos carris.
Comentários
Enviar um comentário