Terça, 03 Março 2015 00:00

OS casos de cólera tendem a estabilizar em quatro províncias do país onde a doença foi confirmada, com a excepção de Tete, parcela do país na qual as autoridades continuam com os esforços com vista a cortar a cadeia de transmissão.

Desde 25 de Dezembro último que o país notificou o primeiro caso, já foram registados  4.518 casos e 41 óbitos.

Dados avançados ontem pelo Director Nacional Adjunto de Saúde Pública, Quinhas  Fernandes, apontam para o registo de casos de cólera nas províncias de Nampula, Zambézia, Tete e Niassa.

No Niassa os registos apontam para a ocorrência da cólera em Lichinga (909 casos), Cuamba (102) e Metangula, no Distrito do Lago (260). Em Nampula os focos estão localizados na cidade capital (954 casos e um óbito), Meconta, no Posto Administrativo de Namialo (100 casos), Murrupula (45), Lalaua (37) e Mecubúri (29).

Na Zambézia apenas a Cidade de Quelimane notificou recentemente (86), enquanto na Província de Tete, a mais problemática, há casos confirmados na cidade capital (1.562), Moatize (728) e Mutarara (171).

Apesar do registo de uma taxa de letalidade situada em 0.9 por cento, dentro dos padrões considerados aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS), as autoridades continuam insatisfeitas com a ocorrência de óbitos que resultam, muitas vezes, da chegada tardia à unidade sanitária por parte das pessoas infectadas.

A cólera é uma doença infecto-contagiosa que pode levar à desidratação e morte em 24 horas, sendo que as primeiras seis horas após apresentar vómitos e diarreias são cruciais para a procura de cuidados.

“A taxa de letalidade de 0,9 por cento mostra que o sistema de Saúde está a ser capaz de responder de forma eficaz à situação, mas não deixamos de estar preocupados porque continua a ocorrer mortes. O nosso desejo é que ninguém mais morresse nos 11 locais que estamos a atender os doentes”, disse Quinhas Fernandes.

Contribuem para os níveis actuais de transmissão da doença em Tete, o facto de a condição de saneamento do meio, em alguns pontos específicos da cidade, não ser dos melhores; há deficiências no acesso à água potável e elevada densidade populacional que, combinadas, contribuem para o alastramento da doença. Por outro lado, Tete ficou seis anos sem registo de casos, o que faz com que tenha baixado o nível de imunidade natural entre os moradores.

Segundo Quinhas Fernandes, nesta província está a haver uma resposta à altura do ponto de vista de recursos e apoios e liderança das autoridades locais que faz crer que, nos próximos dias, haverá uma evolução satisfatória em termos de redução do número de casos.

A nossa fonte indicou que, devido à época chuvosa, há ainda o risco de disseminação de outras doenças como a malária, a dengue, a febre tifóide e outras doenças diarreicas.

A cólera e outras doenças diarreicas como, por exemplo, a febre tifóide e shiguelose podem ser prevenidas através da lavagem das mãos, tratamento da água, protecção das fontes de água e desinfecção dos reservatórios, manuseamento adequado dos alimentos, uso e prática segura de latrinas e promoção do saneamento geral.

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