TUDO O QUE VOCÊ PRECISA PARA ENTENDER O CONFLITO ENTRE EUA E COREIA DO NORTE
Uma linha do tempo da troca de farpas do Presidente norte-americano Donald Trump e o regime do ditador Kim Jong Un na Coreia do Norte
Por: Júlia Korte, 27 de Setembro de 2017

Quem acompanhou minimamente o noticiário dos últimos dias, deve ter reparado que um dos temas mais falados é a constante troca de farpas entre o Presidente norte-americano Donald Trump e o regime do ditador Kim Jong Un na Coreia do Norte.

No final de semana essa relação conseguiu ficar ainda mais tensa após agressivas mensagens de Donald Trump serem compartilhadas no Twitter, levando inclusive o país asiático a interpretá-las como uma declaração de guerra. O caso também levou a própria rede social a ter que se manifestar, afirmando que vão manter os tuítters, pois, apesar de violarem as regras, são do interesse público.

Com todas essas polémicas, o público está com todos os olhos voltados ao drama, já que parecemos estar na iminência de um conflito entre dois governos que, além de poderosos, estão fortemente armados de bombas e mísseis de alcance intercontinental [e ambos dirigidos por líderes loucos].

Infelizmente, esse é só mais um capítulo nessa longa e perigosa novela que envolve o programa nuclear norte-coreano. E, para você que está por fora melhor entender, fizemos um guia básico com algumas fontes desse conflito bizarro.

A Península coreana ficou dividida após a Segunda Guerra Mundial. O norte comunista, é de uma ditadura com traços estalinistas. Sempre afirmou ter vontade de criar um arsenal atómico como uma forma de protecção do país sob ameaça do seu vizinho a sul, apoiado pela maior potência do mundo (EUA) e que vive totalmente isolado.

Após longos períodos de ameaças de testes nucleares, os media norte-coreanos sustentam que eles haviam sido bem-sucedidos num teste com bomba de hidrogénio, aquela poderosa bomba de ogivas que, em tese, poderiam ser carregadas por um míssil de longo alcance e atingir diversos países em simultâneo.

Nesse tempo, várias vezes, países ocidentais tentaram forçar a Coreia do Norte ao desarmamento. A própria ONU impôs duras sanções ao país, mas não teve sucesso.

No meio disso tudo, a China, único aliado da Coreia do Norte, também entrou na jogada usando a sua diplomacia em prol do bem maior (cof-cof). Já os EUA começaram a ameaçar usar a força militar contra a Coreia do Norte. Desde então, temos uma avalanche de discursos de ódio entre os dois países.

Em Julho último, tudo ficou mais tenso depois de os norte-coreanos terem feito um teste de mísseis. A iniciativa levou a que os EUA reagissem dizendo que a sua paciência "não era infinita". Até que, em Agosto seguinte, o General norte-coreano, responsável pelos mísseis, chamou Donald Trump de ser irracional e senil, uma ofensa à qual Donald Trump teria respondido dizendo: “Melhor os norte-coreanos entrarem na linha, senão vão ter problemas, como poucas nações do mundo jamais tiveram”.

Com todo esse bafafá, o ditador Kim Jong-un não parou as ameaças, provocando “o mundo” com esses mísseis que sobrevoam o Japão. Um deles até chegou a cair perto da Ilha de Guam, que é território sob tutela norte-americana e possui duas bases norte-americanas: uma naval e outra da Força Aérea. Juntas, as duas bases norte-americanas na Ilha de Guam, abrigam cerca de 13 mil militares dos EUA. Agora está todo o mundo com a pipoca na mão, já que não nos cabe o desespero. 

No seu primeiro discurso na última Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), no dia 19 de Setembro, Donald Trump declarou: “Vivemos tempos de imensas promessas e grandes perigos” (...) "Podemos não ter outra opção que não seja destruir totalmente a Coreia do Norte".

Não demorou muito para a rebatida. No sábado, dia 23 de Setembro de 2017, o Chanceler norte-coreano Ri Yong Ho respondeu, discursando na mesma Assembleia Geral da ONU, e chamou Donald Trump de "um transtornado mental que está repleto de megalomanias", cujas acções faziam com que "a visita dos nossos foguetes seja inevitável". Quanta ofensa [aos orgulhosos norte-americanos]!
 
Só pra não sair da rotina, Donald Trump, ao ficar sabendo dos pronunciamentos de Ri Yong Ho, foi xingar muito aos norte-coreanos no seu Twitter: “Acabei de ouvir o Ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte falar na ONU. Se ele ecoa os pensamentos do Pequeno Homem Foguete [Kim Jong-un], eles não estarão por aí por muito tempo”.

Mais uma vez, nessa DR sem R, a imprensa estatal norte-coreana divulgou um vídeo com aviões e navios norte-americanos sendo explodidos por mísseis de Kim Jong-un.

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