BOLSO CHEIO DE NOTAS
Ode
ao Trabalhador
(Texto
adaptado)
Por
RM Kuyeri, 01 de Maio de 2019
Estamos em pleno Século
XXI. Faz hoje 133 anos que a história marca o início do Dia do Trabalhador, Dia do
Trabalho, Dia Internacional dos
Trabalhadores ou a Festa do
Trabalhador.
Comemora-se hoje a data internacional dedicada aos trabalhadores. Porque é no dia
primeiro de Maio que se celebra anualmente, em quase todos os países do mundo, a
memória da luta dos trabalhadores em todo o mundo. Por isso hoje é dia feriado oficial
em Moçambique desde que conquistamos a Independência Nacional a 25 de Junho de
1975.
A homenagem ao
trabalhador remonta a 01 de Maio de 1886, quando uma greve foi iniciada na
cidade norte-americana de Chicago, nos EUA, com o objectivo de reivindicar melhores
condições de trabalho, principalmente a redução da jornada diária de trabalho de
17 horas para oito horas.
No período entre
guerras, a duração máxima da jornada de trabalho já havia sido fixada em oito
horas na maior parte dos países industrializados e, no calendário litúrgico, neste
dia celebra-se a memória de São José Operário, o santo padroeiro dos trabalhadores.
É em memória daqueles
trabalhadores que se alude este texto adaptado nos dias de hoje, onde os trabalhadores
de sexo, sejam eles heterossexuais ou homossexuais, também se juntam à festa
dos trabalhadores. Esta classe de trabalhadores tornou o dia 01 de Maio num dia
em que o sexo é livre e o amor se tornou num bolso cheio de notas.
Hoje, perder o
telemóvel é pior do que perder os valores éticos e morais, onde a moda é fumar
e beber e, se não tiveres uma garota profissional de sexo és um velhaco que não
serve para nada e o seu lugar é a sete pés debaixo da terra. Não importa se estás
vivo ou morto.
A casa de banho
se tornou num estúdio pornográfico e a igreja no lugar perfeito para check in de garotas e garotos de programa. O lugar da esposa ou esposo
foi tomado de assalto pela amante ou pelo amante, que não passa de um simples ATM para a indústria de beleza feminina.
Estamos num Século
XXI onde homens e mulheres se transfiguram com tamanhos artifícios que temem
muito mais a gravidez do que o HIV/SIDA e onde o serviço de entrega de pizzas chega mais rápido do que a
ambulância para socorrer uma vítima.
Estamos num
mundo onde as pessoas morrem muito mais de medo de terroristas e criminosos do
que de temerem o pecado ou a Deus e onde as roupas decidem o valor de uma
pessoa e ter dinheiro é a qualidade mais importante do ser humano do que ter
amigos ou até mesmo uma família digna.
No nosso Século
XXI as crianças são capazes de desistir dos seus pais pelo seu amor ao mundo virtual
da chamada inteligência artificial e onde os pais se esquecem de reunir a
família à mesa para um almoço ou jantar harmonioso, conversando sobre o dia-a-dia,
pois estão todos entretidos no ego do seu telemóvel para coisas mais banais e
absurdas.
Neste nosso
mundo da era da cibernética os homens e as mulheres muitas vezes só querem
relações sem obrigações e o seu único compromisso é fazer poses em selfees para tirar fotos e publicar nas
redes sociais como FaceBook, WhatsApp, Instagram, etc., jurando amor eterno apenas para ganhar muitos likes.
Estamos num
mundo onde o amor se tornou prazeroso em praça pública ou numa mera peça de
teatro e onde o mais popular ou o mais seguido com mais likes em fotografias pornográficas é aquele que aparenta esbanjar
felicidade numa banheira repleta de notas de dólares norte-americanos luzindo
aquele olho diabólico dos iluminates;
um mundo daqueles que publicam fotos em lugares fantásticos e paradisíacos,
rodeados por amizades vazias, amores incertos e famílias desunidas e desavindas.
Estamos num
mundo onde as pessoas se esqueceram de cuidar do espírito, da alma vazia e
resolveram cuidar e tatuar os seus corpos de esfinges satânicos e onde vale
mais uma lipoaspiração para ter o corpo desejado do mundo artístico do que um
diploma universitário conquistado com muito sacrifício e mérito.
Estamos num
mundo de preguiçosos, onde uma foto no ginásio tem muito mais likes do que uma foto estudando,
trabalhando ou praticando boas acções de graça.
Neste Século
XXI os trabalhadores sacrificados e honestos não sobrevivem. Pois, aqui só
sobrevivem os que jogam ilusões e os que jogam a razão são automaticamente destruído,
pior ainda se agirem com o seu coração!
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