MAM FALHA
PAGAMENTO DE EMPRÉSTIMO
E O POVO
MOÇAMBICANO VAI TER QUE PAGAR
MozMassoko, 25/05/2016. In: @Verdade
A empresa Mozambique Asset Management (MAM)
deveria ter pago na segunda-feira, dia 23 de Maio de 2016, a primeira prestação
do empréstimo de 535 milhões de dólares norte-americanos que secretamente
contraiu em 2014 junto do banco russo VTB.
Durante a
audição no Parlamento, na semana passada, o Ministro da Economia e Finanças,
Adriano Maleiane, revelou que a empresa estava a negociar a re-estruturação daquela
dívida avalizada pelo Governo moçambicano, “porque ainda não tem receitas
suficientes para a pagar”, para a dívida “não cair no Orçamento Geral do
Estado”. Agora os credores podem executar a garantia dada pelo Governo, na
altura dirigido por Armando Emílio Guebuza, violando a Constituição da
República e a Lei Orçamental, ou então o Executivo de Filipe Nyusi vai ter que
assumir também esta dívida como sendo de todos os moçambicanos, tal como fez
com a da EMATUM.
Constituída
a 03 de Abril de 2014, no Cartório Notarial Privativo do Ministério das
Finanças, como uma sociedade anónima, a MAM tem “por objecto principal a
prestação de serviços multiformes na área petrolífera, mineira, portuária e
ferro portuária, incluindo a exploração, representação, comercialização, agenciamento,
importação e exportação”, refere o Boletim da República número 29, III série,
de 10 de Abril.
Além disso,
segundo o ministro Maleiane, “(…)tem também licença para construir um estaleiro
naval em Pemba, também tinha que ter uma doca para poder funcionar no ar, mar e
em terra. Além do estaleiro em Pemba estava previsto outro em Maputo e um no
Centro”.
Embora os
sócios tenham pretendido manter-se anónimos, hoje sabe-se que os accionistas da
MAM são a empresa GIPS (Gestão de
Investimentos, Participações e Serviços, Limitada), uma entidade
participada pelos Serviços Sociais do
Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE), com 98%, a Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) –
que também é participada pela GIPS em 33% -, tem 1% e a percentagem restante
pertence a ProÍndicus – outra empresa
participada pela GIPS em 50%.
O plano de
viabilidade, detalhado por Adriano Maleiane, no passado dia 18 de Maio de 2016 aos
deputados do partido Frelimo e MDM, nas Comissões Parlamentares do Plano e
Orçamento e de Defesa, Segurança e Ordem Pública, “tinha todas as condições
para funcionar”.
“Segundo o
estudo de viabilidade, que também serviu de base para os bancos financiarem,
esta empresa poderia gerar uma receita média bruta de 0,49 bilião de dólares
norte-americanos por ano, com custos operacionais de 0,26 bilião de dólares
norte-americanos por ano e isto daria receitas líquidas na ordem de 0,23 bilião
de dólares norte-americanos por ano”, explanou ainda o titular da pasta de
Economia e Finanças.
“Seria difíceis
nós (Governo de Nyusi) termos que ir buscar dinheiro do Orçamento para pagar
esta dívida”
O Governante
explicou que os 535 milhões de dólares norte-americanos deste empréstimo, que
não entrou no sector financeiro moçambicano, “mas foi transferido para o
fornecedor”, destinaram-se a formação, montagem desses estaleiros e também o
período de adaptação de cerca de 24 meses para que o fornecedor deste modelo de
estaleiro (não identificado pelo Ministro) pudesse estar em Moçambique.
A verdade é
que nenhum estaleiro foi montado pela MAM cujos escritórios ou qualquer outro
endereço físico o @Verdade não
conseguiu localizar.
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