DEPOIS DO
RACISMO DE DONALD TRUMP CONTRA OS NEGROS, AGORA É A VEZ DA H&M
Por RM Kuyeri, 14 de Janeiro de 2018
No passado dia 19 de Dezembro de 2017 postei neste meu blog o Discurso de Donald Trump sobre África, seguido de uma reflexão de um
intelectual sul-africano, Prince Mashela, que escreveu um texto que diz que “em
África não se presta contas. Prestar contas é um conceito ocidental”. Trata-se
de um texto de reflexões sobre a África do Sul e África em 2016, contidas no site The Delagoa Bay Review (WordPres.com).
Deste artigo tive uma reacção desconfortável de um leitor anónimo
que questionou a fonte. Me pareceu que ele não tem acompanhado devidamente o
perfil do actual Presidente dos EUA e a série de baboseiras que tem vindo a vociferar.
Talvez o recém-publicado livro de
Michael Wolff, FIRE AND FURY: Inside the
Trump White House (FOGO E FÚRIA: Por dentro da Casa Branca de Trump),
e outras
publicações transcritas das transmissões televisivas da série Television Is the New Television:
The Unexpected Triumph of Old Media in the Digital Age; The Man Who Owns the News:
Inside the Secret World of Rupert Murdoch; Autumn of the Moguls: My
Misadventures with the Titans, Poseurs, and Money; Guys Who Mastered and Messed
Up Big Media; Burn Rate: How I Survived the Gold Rush; Years on
the Internet; Where We; Stand White Kids, entre outras, bem como
os comentários do próprio Donald Trump no seu Tweeter, possam ajudar-nos a melhor perceber a nova tendência
racial e de politiquice barata e miserere do actual estadista norte-americano.
Hoje trago uma polémica racial da H&M (Hennes & Mauritz), uma empresa multinacional de
revenda de roupas de marcas multinacionais, muito conhecida pela sua roupa de moda
para homens, mulheres, adolescentes e crianças.
Referir que a H&M
e as suas empresas associadas operam em 62 países, com mais de 4.500 lojas e, a
partir de 2015, empregam cerca de 132 mil pessoas. É o segundo maior vendedor
global de roupas, que apenas é superado pela Inditex, com sede na Espanha (empresa-mãe da Zara). A empresa tem
uma presença on-line muito significativa,
com compras on-line disponíveis em 33
países.
A polémica racial da H&M
partiu do facto de ter publicado, na primeira semana de Janeiro de 2018, um cartaz
de publicidade com uma criança negra a vestir uma sweat com a palavra "macaco". Desde logo, a marca sueca de
roupas está a ser acusada de racismo nas redes sociais, com os utilizadores a mostrarem-se
incrédulos com a falta de sensibilidade dos responsáveis da H&M.
Naquele seu cartaz de publicidade, a H&M está a ser criticada nas redes sociais por o seu site de e-commerce no Reino Unido estar a publicitar uma criança negra com
uma sweat onde se pode ler a
inscrição “O macaco mais fixe da selva”.
Segundo o jornal Huffington
Post, foi um colunista do New York
Times, Charles M. Blow, que alertou os internautas para esta situação no
seu Tweeter, questionando se a H&M tinha perdido “a cabeça”. As reações
não tardaram e a H&M está a ser
acusada de racismo em todo o mundo, o que foi agravado pela recente baboseira
do discurso de Donald Trump em desprezo aos países africanos. O Botswana, por
exemplo, emitiu uma Nota Verbal diplomática, manifestando o seu desapontamento
e condenação à postura político-diplomática do estadista norte-americano.
Nas redes sociais muitos consideram que a relação entre a
criança e o que se lê na sweat é
óbvia: “Estou certo de que a H&M
está ciente das conotações negativas”, pode se ler num dos tweets que circulam na internet.
Aliás, para alguns, toda a colecção de sweats e a forma como as crianças foram escolhidas, passa uma
mensagem errada junto da opinião pública. Uma criança branca posa com uma sweat onde se lê a expressão “Especialista
de sobrevivência na selva”.
A própria H&M
já terá percebido a sua monumental falha. Agora, no seu site de e-commerce sobre a
sua marca no Reino Unido, mantêm-se as crianças brancas a envergar as outras sweats, mas já não é possível encontrar
a criança negra a vestir a sweat que
originou a polémica.
Esta polémica surge depois de, em Outubro do ano passado,
um empregado da H&M ter revelado
que esta empresa é uma besta conglomeração internacional de lojas, na maioria
das vezes, muito avassaladora, até mesmo sem merecer a reputação que detém. Em
cada recanto tem algum tipo de produto comercializado, com uma estratégia certa
para atrair clientes. O cliente pode sair da H&M observando-se e se sentindo como uma verdadeira garota da
moda, ao encontrar todos os itens da sua lista, mas cuja qualidade é questionável.
Ele disse a um repórter que trabalhou na H&M durante quatro anos e não possui boas recordações, pois quase todas as roupas que possui foram tiradas das prateleiras da empresa, incluindo as suas roupas íntimas e produtos de cabelo. Pois, a H&M está coleccionando roupas antigas e usadas como uma iniciativa indefinida para fechar a lacuna no lixo financeiro. Trata-se de têxteis em fibras que recebem uma nova vida sob a forma de colecção consciente da H&M. O excedente é doado para a Fundação H&M e dividido entre projectos sociais e de reciclagem.
Tudo na H&M é
de tamanho menor, sugerindo-se opções por um tamanho dois dígitos acima do normal
que o cliente usa. Ele disse que, normalmente o seu tamanho é 8, mas na H&M, sempre usa tamanhos 10 ou mesmo
12. Às vezes é difícil dizer onde você está indo ou o que está fazendo.
De repente, alguém se depara com camisolas cortadas, blazer casual de couro sem mangas e umas minissaias desajeitadas,
quando tudo que você queria era um bom par de calças jeans.
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