GOVERNO MOÇAMBICANO PROCURA
PARCEIROS PARA PROJECTOS HÁ MUITO ANUNCIADOS
VOA – 23.11.2015

Economistas
avisam que esses projectos podem não ter impacto na vida das pessoas.
As
autoridades moçambicanas estão à procura de novos parceiros para relançar
alguns dos emblemáticos projectos bastante publicitados pelo Governo.
Ouça aqui:
Estrada Circular de Maputo
Entre esses
projectos estão a fábrica de montagem de computadores Dzowo e de embalagens de
vidro, em Maputo, mas os críticos dizem que estes tipos de investimentos não
têm grande efeito na população.
Após a
desistência da companhia sul-africana, Sahara Computers, o Governo está em
contacto com parceiros na Suécia, Brasil e Portugal, para desenvolver um
projecto que previa a montagem de 48 computadores por dia.
Lançado há
cerca de sete anos, o projecto para a montagem de computadores da marca Dzowo
foi muito publicitado por se acreditar que o mesmo tinha potencial para
aumentar o acesso dos cidadãos, sobretudo estudantes, às novas tecnologias de
informação.
O computador
seria vendido ao preço de 14 mil meticais, ligeiramente abaixo do praticado no
mercado moçambicano, mas até ao momento não foi montado nenhum computador.
Um outro
projecto bastante publicitado é o referente à produção de anti-retrovirais,
numa parceria entre os governos de Moçambique e do Brasil.
Avaliada em
cerca de 80,4 milhões de dólares, a fábrica já está operacional e tem
capacidade para produzir 226 milhões de medicamentos anti-retrovirais e 145
milhões de outros produtos diversos.
O embaixador
do Brasil em Maputo, Rodrigo Soares, diz que este projecto pode ser importante
porque melhora o acesso de moçambicanos a anti-retrovirais, mas a agricultura é
muito mais importante.
Bastante
publicitada foi também a empresa Matchedje Motor, destinada à montagem de
veículos automóveis.
Sandra Song,
directora-geral, diz que a empresa já investiu mais de 20 milhões de dólares
neste empreendimento.

Com uma
capacidade de produção anual de 30 mil viaturas, que nos próximos dois anos
deverá subir para 100 mil, a empresa pretende atingir as 500 mil unidades e
entrar no mercado africano.
Ponte Ka Tembe
Entretanto,
economista João Mosca diz que estes projectos não produzem um grande impacto na
vida das pessoas.
COMENTÁRIO
A estes
projectos todos para Maputo, que é o nosso futuro Sidney com a conclusão da Ponte
Maputo-KaTembe e da Circular de Maputo, acresça-se o Projecto BRT que vai
modernizar a Cidade de Maputo e passará de dotar de um sistema METRO para o
transporte público.
A pergunta
que fica no ar é: Se Maputo está a conhecer este desenvolvimento todo, e o
resto país!?
Depois, em
campanhas políticas eleitorais, quando se fala de desenvolvimento desequilibrado
do país, culpamos o colonialismo português. Será que estes projectos todos para
Maputo foram concebidos e estão sendo desenvolvidos pelo colonialismo português!?
O problema, senhores economistas, não é que estes projectos não tenham impacto nas pessoas, mas sim que não têm impacto no desenvolvimento harmonioso do país e que agravam as assimetrias regionais.
Têm razão os
que dizem que Moçambique é Maputo e o resto do país é fauna acompanhante.
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