IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DA ÁFRICA

Por: RM Kuyeri, 02 de Setembro de 2023

Os últimos acontecimentos nas ex-colónias francesas no Sahel (Mali, República Centro-Africana, Burkina Faso, Níger e Gabão) despertam a curiosidade e interesse de muitos analistas como o Professor Charles-Philippe David, especialista em Estudos Estratégicos, cuja reflexão sobre as lideranças pós-independência das colónias europeias africanas desperta a sede de um saber que merece profunda meditação para entender os vectores de futuras convulsões noutras regiões africanas.

Na sua carreira de ensino de estratégia há mais de 25 anos, o Professor Charles-Philippe David diz ter lidado com dezenas de oficiais e altos funcionários africanos. Ele confessa que a desgraça do continente africano e de muitas nações prósperas do mundo, advém da natureza da sua relação com o Ocidente: a Europa e os Estados Unidos da América (EUA).

Para o Professor Charles-Philippe David, África estava em plena construção no século XV, com centenas cidades que nada tinham para invejar às cidades ocidentais e houve grandes militares e grandes estrategistas.  Mas tudo isto foi deliberadamente destruído e apagado da memória dos africanos.

Trata-se de cidades de Estados africanos do período pré-colonial que actualmente estão a um ritmo extraordinário da sua reconstrução segundo as novas fronteiras definidas na Conferência de Berlim, na Alemanha (Novembro de 1884 a Fevereiro de 1885), convocada com o objectivo de organizar os projectos de exploração e ocupação do continente africano pelas grandes potências europeias.

A Conferência de Berlim foi proposta pelo chanceler alemão, Otto von Bismarck, e reuniu os representantes de 13 países da Europa, dos EUA e do Império Otomano, embora os europeus já estivessem na região desde o século XV. Durante três meses as potências ocidentais discutiram e definiram as novas fronteiras dos actuais Estados africanos e as rotas de livre circulação, bem como de comércio nos rios Níger e Congo, além do compromisso de acabar com a escravidão e tráfico de escravos africanos para as várias regiões do mundo.

Apesar de os europeus terem encontrado mais de centena de cidades de civilizações africanas erguidas em Estados consolidados com fortes laços de relações comerciais e culturais com o Oriente, os povos africanos ficaram de fora de todas as decisões tomadas na Conferência de Berlim.

Para muitos historiadores aqueles encontros foram o ponto de partida para os conflitos internos que viriam a acontecer em África até aos dias de hoje, provocando danos que não foram solucionados, mas que estão sendo agravados através de sofisticados mecanismos de neocolonização, como aqueles que constam dos acordos entre a França e as  suas 14 ex-colónias ora em reboliço político-militar.

1. Conferência de Berlim

A Conferência de Berlim foi mais um capítulo do colonialismo no complexo processo de exploração de regiões em África e na Ásia a partir do século XIX, graças ao desenvolvimento tecnológico que possibilitou avanços na geração de energia e nos meios de transporte, bem como na busca cada vez mais de acumulação primitiva de riquezas.

Desde então, as potências económicas coloniais da Europa avançaram para a procura progressiva de novos mercados consumidores e áreas de obtenção de matérias-primas a baixo custo, ao acabar com a escravidão para garantir mão-de-obra gratuita na exploração dos imensos recursos em África. 

Este é o cenário que definiu o futuro dos continentes africano e asiático que passaram a fazer parte dos interesses dos países europeus industrializados. Em África, as disputas pelo seu controlo partiram de três nações, nomeadamente: Bélgica, Portugal e França. O primeiro passo foi dado pelos belgas, quando o Rei Leopoldo II conseguiu dominar a grande região do Congo. Ele foi o responsável pelo assassinato de milhões de nativos africanos. 

A França, que também disputou a ocupação dos vastos territórios africanos na região do Congo, resolveu tomar posse de Brazzaville, hoje a capital da República do Congo, para depois expandir o seu poder para a República de Guiné e Tunísia. Já Portugal, temendo a perda das suas colónias, reivindicou a unificação dos seus domínios de Angola e Moçambique, que deu origem ao “mapa cor-de-rosa, defendendo o controlo da vasta faixa territorial do Leste, no Oceano Índico, ao Oeste, no Oceano Atlântico, por acreditar que isso poderia facilitar o transporte de mercadorias e comércio. A proposta foi recusada pelo Reino Unido e os portugueses foram obrigados a desistir do plano sob ameaça militar.


Para evitar mais conflitos diplomáticos, Portugal idealizou um encontro entre as nações europeias, mas que foi a Alemanha que acabou organizando a Conferência de Berlim que teve início a 15 de Novembro de 1884, sob a liderança de Otto von Bismarck, representantes de diferentes nações europeias que se uniram para decidir a ocupação e exploração da África.

A Conferência de Berlim terminou a 26 de Fevereiro de 1885 e permitiu a posse de quase 90% das terras africanas. Os europeus subverteram e baniram as características culturais, sociais, étnicas e linguísticas das populações nativas, dividindo o continente de acordo com as suas preferências e interesses. Até o início do século XX, as potências controlavam as seguintes regiões:

 

1. Grã-Bretanha: As suas colónias começavam no Cabo da Boa Esperança, na confluência entre os Oceanos Índico e Atlântico, actual território da África do Sul, até ao Cairo, no Egipto.

 

2. França: Assumiu os territórios a sul do Sahara ou região do Sahel, na costa ocidental e ilhas no Oceano Índico.

 

3. Portugal: Continuou com as suas colónias nas regiões de Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Angola e Moçambique.

 

4. Espanha: Manteve os seus domínios no norte da África e na costa ocidental.

 

5. Alemanha: Adquiriu territórios na costa atlântica, onde actualmente encontram-se Camarões e Namíbia, e na costa índica, os actuais territórios do Quénia e Tanzania.

 

6. Itália: Ocupou por um tempo a Somália e Eritreia, como tentou ocupar os territórios da Etiópia, sem sucesso.

 

7. Bélgica: Controlou a parte central do continente africano, na área que
compreende os actuais territórios do Congo e Ruanda.

O Professor Charles-Philippe David diz que o problema é que as pessoas não dominam a história pré-colonial de África e que a população africana, que caiu para menos de 100 milhões de habitantes na segunda metade do século XIX, está a caminho de se tornar a mais forte do mundo actualmente, devido à alta taxa de natalidade que o Ocidente tudo está a fazer para controlar impondo várias medidas como vacinas, doenças, programas de planeamento familiar, promoção do homossexualismo, etc.

Tudo isto para contrariar a resiliência dos povos Bantu. Pois, outros povos, como os índios nas Américas, que desenvolveram a civilização Azteca, sofreram menos do que os africanos, mas quase que desapareceram completamente.

Segundo o Professor Charles-Philippe David, actualmente o mundo enfrenta três questões estratégicas principais: energia, defesa e globalização. Nisto a África está na encruzilhada da disputa pelos interesses das grandes potências ocidentais, em concurso com as grandes potências do Leste como a China e a Rússia.

2. Indústria energética

O Professor Charles-Philippe David refere que todos os recursos energéticos estratégicos mais raros do mundo estão em África.  Mesmo que os países ocidentais os tenham explorado de forma vulgar e extensivamente, não se vislumbra a sua extinção em termos de reservas, porque todos os dias descobre-se novos recursos naturais energéticos em África, mas que a imprensa não os divulga.

O Ocidente prefere desviar a atenção dos africanos e do mundo para as guerras por procuração (prox wars) com recurso ao terrorismo e a pobreza para perpetuar a dependência das nações africanas, ao mesmo tempo que a sua indústria militar garante mercado, com especial destaque para a indústria militar norte-americana, como testemunha a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

O Ocidente construiu uma farsa de acordos financeiros e programáticos para o desenvolvimento que só agravam o endividamento e dependência das nações africanas e os países africanos acabam subvertendo a sua soberania e a colocarem-se a mercê das suas ex-metrópoles coloniais.

Só o vasto deserto do Sahara detém recursos energéticos extraordinário como urânio e hidrocarbonetos (gás e petróleo), para além da imensidão de recursos de água doce no subsolo africano. O Ocidente está consciente deste fenomenal potencial de riqueza que constitui a África. Países como os EUA, a França, o Reino Unido, etc.  estão determinados a manter a África numa posição de reservatório e vertedouro global.

Daí a grande preocupação pela progressão da China e da Rússia em África, mas com acordos de cooperação relativamente progressistas, preservando a tradição oriental de relacionamento com África que antecedeu aos europeus, cuja simbiose foi o surgimento da Civilização Swahili, uma associação natural de valores Bantu e Árabe-Persa.

O Professor Charles-Philippe David diz que hoje existem no Ocidente grupos de trabalho, por todo o lado, responsáveis ​​por estudar e propor soluções que permitam às suas nações assumirem o controlo dos recursos mundiais, para garantir que, aconteça o que acontecer, o seu abastecimento esteja garantido.

Nisto, colocam-se na linha da frente as ex-metrópoles coloniais junto das suas ex-colónias, procurando estabelecer um neocolonialismo bem sofisticado que ocorra de forma discreta alienando os líderes africanos. É exactamente isto que motiva os últimos eventos nas 5 colónias franceses que acabam de passar por onda de eventos que resultaram em golpes de Estado, como são os casos do Mali, Burkina Faso, República Centro-Africana, Níger e Gabão.

O mecanismo mais eficiente deste neocolonialismo sofisticado que está a manietar a África, composta por 54 Estados, é constituído e operacionalizado de forma sincronizada pelo Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Clube de Paris, o Clube de Londres, traficantes de armas, mercenários, meios de comunicação ocidentais, etc.

Os 54 Estados africanos nem sequer tiveram tempo de reconstruir a sua história e logo foram manietados e empurrados para a globalização, graças a complacência dos presidentes africanos que obedecem aos dictâmes do mecanismo neocolonial do Ocidente, sob risco de serem demitidos. Pois, a sua margem de manobra para resistir é muito pequena.

De acordo com o Professor Charles-Philippe David, o Ocidente conseguiu estabelecer um vasto sistema para governar o mundo.  E até agora, nenhum país conseguiu resistir, excepto a China.  É só ver o que está a acontecer na América Latina e com os países árabes.

Ninguém é realmente independente neste mundo, nem mesmo a Arábia Saudita que exara muita riqueza. O penúltimo reduto antes de atingir a China era a Rússia que se recusa e impõe ao Ocidente uma guerra na Ucrânia com o desencadeamento da Operação Especial que visa travar a progressão do Ocidente para o seu território a partir da Ucrânia, depois de severas advertências por 8 anos antes de invadir a Ucrânia a 24 de Fevereiro de 2022.

3. Defesa estratégica

O estado de decadência dos exércitos africanos é organizado propositalmente a partir do Ocidente, como confessa o Professor Charles-Philippe David.  Não se coloniza uma região deixando ali um exército forte. Esta lição foi apreendida pelas metrópoles coloniais após a Conferência de Berlim, onde as metrópoles coloniais impuseram a necessidade de ocupação efectiva das suas, até então, possessões e se tornarem em colónias. Os exércitos africanos foram transformados em exércitos de repressão interna, ao invés de defenderem a soberania dos seus Estados em caso de guerra ou para a defesa inteligente.

O Professor Charles-Philippe David explica que isso deve-se ao facto de o Ocidente pretender que as nações africana tenham exércitos voltados contra o seu povo em caso de insurgência contra os seus interesses, de modo a garantir o seu acesso às riquezas. Só que, no caso daquelas 5 ex-colónias da França (Mali, Burkina Faso, República Centro-Africana, Níger e Gabão) são precisamente os exércitos que estão a rebelar-se e a mandar embora a França dos seus territórios.

De acordo com o Professor Charles-Philippe David, afinal o Ocidente já havia previsto isto e é por isso que a França mantinha os termos dos acordos militares com as suas ex-colónias para estar no comando dos seus exércitos e os EUA têm bases militares ao longo do perímetro de África como tem um Comando Militar para África (United States Africa Command - AFRICOM). Por isso mesmo, o Ocidente não aceita que os Estados africanos acedam ao financiamento militar, preferindo financiar guerras por procuração (prox wars).

O Ocidente tomou antecipadamente medidas para que os Chefes de Estado africanos tenham medo de financiar os seus exércitos e são encorajados a depositar suas economias em bancos ocidentais, porque estes podem ser revertidos a qualquer momento e serem derrubados sempre que se revelarem não dóceis às suas metrópoles coloniais. Daí que nenhum país africano dispõe de sistemas de escudos aéreos para a defesa da sua soberania. Pois, segundo refere o Professor Charles-Philippe David, em África quase não existem países que tenham um sistema de defesa equipada com os modernos mísseis anti-aéreos, porque o seu acesso está totalmente bloqueado.

Isto tem o propósito de deixar o campo aberto para que as aeronaves ocidentais de espionagem penetrem em paz nos territórios africanos e prossigam os seus interesses sem perturbação.  Pois, nenhum país tem acesso a satélites capazes de fornecer informações sobre movimentos de pessoas ou aeronaves no respectivo espaço aéreo sem a assistência de forças estrangeiras. Tudo isso é feito propositalmente para criar dependência e ter Chefes de Estado dóceis.


Refere o Professor Charles-Philippe David que hoje, países como os EUA, a França ou o Reino Unido podem destruir, num dia, todas as estruturas militares africanas sem enviar um único soldado ao terreno. Apenas utilizando satélites, mísseis de cruzeiro e bombardeiros estratégicos. Contudo, a tendência no Sahel está a indicar que isso tem tempo contado.  Os africanos começaram a compreender as questões estratégicas ocidentais e começaram a revoltarem-se.

Se os países africanos se unirem e cada um concordar em dar apenas 10% do seu orçamento militar a um centro de pesquisa e aplicação de sistemas continentais de defesa, o continente pode dar um salto gigante para frente.  Há na Rússia, Ucrânia, China, Índia, centenas de cientistas de altíssimo nível que concordariam em trabalhar para receberem 3.000,00 dólares americanos (USD) por mês para transmitir o know how e desenvolverem tecnologias de armas sofisticadas a serem fabricadas no continente e usadas para a defesa.


O Professor Charles-Philippe David, diz que não se pense que está a brincar e recomenda que os africanos não devem ser ingênuos.  Se a sobrevivência do Ocidente passar por uma re-colonização de África e pela apreensão dos seus recursos naturais vitais, isto será feito sem escrúpulos. Ele aconselha para que os africanos não acreditem muito no Direito Internacional e nos princípios da paz que são e serão sempre os fracos que se agarram a estas quimeras ou fantasias.

O académico entende ser a hora de a África transformar os seus oficiais em cientistas capazes de fazer pesquisa e desenvolverem sistemas sofisticados de defesa das suas soberanias, embora reconheça que os Estados não dispõem de recursos financeiros arrojados para isso.  Mas alerta para a consciência de os africanos saberem que estão em guerra com o Ocidente desde as famosas viagens de descobrimentos no mundo.

 4. Globalização

Refere o Professor Charles-Philippe David que se os africanos entenderem que estão em guerra, então terão entendido tudo. Ele recomenda que não se deve prestar atenção a tudo o que é dito na imprensa ocidental, nomeadamente: ajuda aos países subdesenvolvidos, ajuda aos países pobres para lidarem com a globalização, etc.,  que as potências ocidentais não têm nenhum interesse de que os países africanos sejam desenvolvidos.

Para o Professor Charles-Philippe David, a globalização é apenas a forma dos tempos modernos de perpetuação das desigualdades económicas entre as potências ocidentais e as nações africanas.  Trata-se de um conceito que tem um propósito: manter certos países como fontes de abastecimento de bens e recursos que permitiriam a outros manterem o seu nível de vida.  As próprias noções de países pobres e ricos são tendenciosas.

Por outras palavras, o trabalho árduo sob o princípio de valor-acrescentado é pouco prático no Ocidente e será realizado no Terceiro Mundo.  Assim, os dispositivos electrónicos que custavam USD300 em 1980 ainda tiveram o mesmo preço em 2006. Alguns países pequenos são mantidos como reservatório de consumo onde todos os produtos produzidos no mundo serão despejados e isso não é só em África.



Diz o Professor Charles-Philippe David que independência significa, antes de tudo, um certo grau de autonomia, mas que é um paradoxo que países como o Senegal, Mali, Níger, Chade ou a República Centro-Africana importem quase 45% dos seus próprios alimentos do estrangeiro, significando simplesmente embargo militar à entrega de bens e serviços, o que é suficiente para destruir qualquer tentativa de romper com os acordos que os mantêm amordaçados pela França.

5. Manifestações no Líbano

O Professor Charles-Philippe David conta que,  assistindo televisão com um coronel senegalês, seu aluno há alguns meses, passavam imagens de milhões de libaneses marchando nas ruas para exigir a retirada dos soldados sírios do seu país.  Ele perguntou-lhe o que ele achava daquilo. Ele simplesmente respondeu: “geopolítica”.


O académico concorda ser correcto que tudo seja visto do ponto de vista de geopolítica e geo-estratégia. Pois, naquelas manifestações, Israel carimbava com impaciência a luta contra o Hezbollah e, como Tel-Aviv não pode travar a guerra ao mesmo tempo com os palestinianos, o Hezbollah e a Síria, o seu desejo é que Damasco se retire.  Uma vez exposto o Líbano, Israel terá carta branca para invadir e fazer o que quiser.

Ele explica que todos os conflitos do mundo são a expressão de jogos de interesses e de luta por um recurso precioso. O que é certo é que África progrediu e os africanos estão cada vez mais conscientes da necessidade de união, análise e antecipação. Pois, a história mostra que a coexistência entre os povos sempre foi e sempre será uma relação de força.  No dia em que um país tiver a sua arma nuclear como a China e a Índia, a África poderá dedicar-se silenciosamente ao seu desenvolvimento.

O Professor Charles-Philippe David diz-se optimista,  porque, se amanhã a União Africana (UA). a Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO) ou Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) decidirem criar um Instituto Africano de Estudos Estratégicos credível e fiável, isso não irá necessariamente arrancar imediatamente, mas marcará o fim de uma era de estagnação.

Ele defende que África deve primeiro unir-se, depois terá de desenvolver a sua forma de ver o mundo, uma forma africana que tenha em conta os interesses de África.

Portanto, os funcionários que estarão lá terão que parar de copiar e colar os conceitos e projectos.  Terão que criar ferramentas e estratégias específicas de desenvolvimento de África e antes que os seus Ministérios dos Negócios Estrangeiros façam análises sobre as marchas no mundo, é melhor que marchem primeiro para o seu próprio interesse.

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