ODE A CHE GUEVARA
RM Kuyeri, 12 de Outubro de 2020
Ernesto Che Guevara, mais conhecido por Che Guevara, viveu de 14 de Junho de 1928 a 09 de Outubro de 1967. Foi um exímio revolucionário marxista argentino. Médico de profissão, foi um grande líder guerrilheiro, diplomata e teórico militar. Trata-se de uma figura importante da Revolução Cubana, cujo rosto estilizado se tornou um símbolo cultural omnipresente de rebelião e uma insígnia global da cultura revolucionária popular.
Jovem estudante de medicina, Che Guevara viajou pela América do Sul e se radicalizou com a pobreza, a fome e as doenças que foi testemunhado entre as comunidades latino-americanas.
O seu crescente desejo de ajudar a derrubar os sistemas capitalistas de exploração do homem pelo homem na América Latina, liderados pelos Estados Unidos da América (EUA), levou ao seu envolvimento nas reformas sociais da Guatemala, sob o Presidente Jacobo Árbenz, cujo eventual derrube alega-se ter sido auxiliado pela CIA, a pedido da United Fruit Company, facto que teria solidificado a ideologia política de Che Guevara.
Mais tarde, na Cidade do México, Che Guevara conheceu os irmãos Raúl e Fidel Castro Ruz e criaram o Movimento 26 de Julho, para depois navegarem para a Ilha Caribenha de Cuba a bordo de um um Iate histórico chamado Granma, com a intenção de derrubar o ditador cubano Fulgêncio Baptista, apoiado pelos EUA.
Logo Che Guevara ganhou destaque entre os revolucionários do Assalto Ao Quartel de Moncada. Foi promovido a segundo homem no comando da guerrilha e desempenhou um papel central na vitoriosa campanha de guerrilha de dois anos que depôs o regime déspota de Fulgênciao Baptista.
Após
a Revolução Cubana, Che Guevara desempenhou várias funções muito
importantes no novo Governo revolucionário. Isso incluiu a
reestruturação dos pelotões de guerrilheiros
num
Exército Nacional, as actuais chamas Forças Armadas Revolucionárias
(FAR), instituiu tribunais revolucionários para os condenados de
crimes
de
guerra, implementou a reforma agrária como Ministro das Indústrias,
ajudou a liderar uma campanha nacional de alfabetização
bem-sucedida, foi Presidente do Banco Nacional de
Cuba, entre outras funções.
Che Guevara percorreu o mundo como diplomata em nome do socialismo cubano e promovendo a luta dos Movimentos de Libertação Nacional em África, tendo mantido encontros com Eduardo Mondlane, Nelson Mandela e outros líderes que lutavam pela independência do jugo colonial em África.
Estas opções políticas e posições de Che Guevara também lhe permitiram desempenhar um papel central no treinamento das forças da milícia que repeliram a invasão da Baía dos Porcos e que causou a polémica guerra dos mísseis balísticos soviéticos com armas nucleares instalados em Cuba, no que ficou conhecido por crise dos mísseis cubanos de 1962.
Além disso, Che Guevara foi um escritor e prolífico anotador do seu Diário. Ele escreveu um manual da génese da guerra de guerrilha e um livro de memórias que foi um best-seller sobre a sua jornada continental de motocicleta quando ainda muito jovem.
As
suas experiências e estudos do
marxismo-leninismo levaram-no a postular que o subdesenvolvimento e
dependência do Terceiro Mundo era um resultado intrínseco do
imperialismo, neocolonialismo e do
capitalismo monopolista selvagem,
cujo o único
remédio era o
internacionalismo proletário e a revolução mundial.
Che Guevara deixou Cuba em 1965 para mais uma jornada revolucionária internacionalista. Primeiro foi ao Congo-Kinshasa, actual República Democrática do Congo e depois foi para a Bolívia, onde foi capturado por forças bolivianas assistidas pela CIA e executado sumariamente.
Che Guevara continua sendo uma figura histórica reverenciada pelos povos progressistas e insultada pelos regimes capitalistas algozes, o que lhe torna uma figura internacional polarizada no imaginário colectivo e numa infinidade de biografias, memórias, ensaios, documentários, canções e filmes.
Como resultado da percepção do seu martírio, são inúmeras as invocações poéticas para a luta de classes e do desejo de criar a consciência de um “homem novo” movido por incentivos morais ao invés de incentivos materiais como valores do capitalismo acima dos valores da humanidade.
Assim Che Guevara evoluiu para um ícone por excelência de vários movimentos progressistas do mundo, desafiando os seus críticos ideológicos de direita que o acusam de autoritarismo e violência santificadora contra os seus oponentes políticos.
Apesar das divergências sobre o seu legado, a revista norte-americana Times o nomeou uma das 100 pessoas mais influentes do século 20, enquanto a sua esfinge artísticas de sobra, da autoria de Alberto Korda, intitulada Guerrillero Heroico, vai ganhando popularidade entre a juventude como moda, mesmo no Ocidente onde é ainda odiado. A imagem sombreada do rosto de Che Guevara foi catalogada pelo Maryland Institute College of Art dos Estados Unidos de América como “a fotografia mais famosa do mundo”.
É
exactamente esta figura que, no dia 09 de Outubro de 1967, as tropas
da Bolívia mataram. Mataram o líder revolucionário Ernesto Che
Guevara, mas não não mataram os seus ideais, os seus valores, a sua
revolução.
Os oficiais bolivianos, com alguns membros do seu governo, entre eles jornalistas e fotógrafos que registaram o momento histórico da exibição do cadáver de Che Guevara nas ruas após a sua captura e assassinato a sangue frio. Aquela exibição do corpo do guerrilheiro serviu para comprovar a morte do mesmo que era muitas vezes recusada pela guerrilha e de3monstrou o carácter sanguinário dos que alvoram pela defesa dos direitos humanos quando são autênticos demónios à solta.
Os oficiais bolivianos ao serviço da CIA deram-se ao luxo de até explicarem com detalhes a sua proeza durante a operação de sua captura, tortura e a forma como decorreu a execução de Che Guevara, indicando todos os locais por onde as balas assassina atravessaram a caixa torácica do herói guerrilheiro. Muitas fotos foram tiradas após a sua morte a 09 de Outubro de 1967 em La Higuera na Bolívia.
Passaram
53 anos depois da captura do guerrilheiro argentino Che Guevara em La
Higuera na Bolívia, seguida da sua tortura e cruel assassinato. Tal
como Jesus Cristo foi traído por Judas Iscariote, um dos seus 12
por uma moeda, Che Guevara foi traído por Klaus Altmann, um cidadão
alemão que conseguiu a cidadania boliviana por meio da CIA em 1957,
uma vez tido um potencial agente infiltrado para a captura de
combatentes comunistas em nações submissas aos poderes ocidentais.
A verdadeira identidade de Klaus Altmann é Klaus Barbie, um criminoso da guerra nazista que não se redimiu das suas acções desumanas. Em vida, ele teria narrado a sua odisseia criminosa para a captura de Che Guevara aos seus conhecidos e amigos como tendo sido muito fácil, pois alega que o guerrilheiro era somente um “aventureiro” e pouco conhecia de estratégia militar. Sublinhou que, “durante a segunda guerra mundial, Che Guevara não duraria 5 minutos”.
Na Bolívia assim como em Cuba, Che Guevara esperava um forte apoio popular na Bolívia. Porém, ele falhou quando contava apenas com uma força inicial de 50 homens, com os quais teve algum sucesso inicial em algumas emboscadas contra as forças militares bolivianas. Mas a população pobre boliviana para quem ele pedia ajuda, denunciava a sua posição aos seus inimigos por medo de represálias.
Parece que a principal falha de Che Guevara foi confiar e tentar conseguir apoio do Partido Comunista Boliviano que lhe desleal e o tinha como um estúpido, pois aquele partido pouco estava ligado a Cuba, porque somente se importava com a União Soviética.
A segunda maior falha talvez tenha sido em subestimar as forças militares bolivianas. Pois Che Guevara considerava o Exército boliviano obsoleto e com uma visão militar ultrapassada ao longo dos tempos da Guerra do Chaco. Che Guevara mal sabia que, por detrás daquele Exército obsoleto, estavam a operar na Bolívia os Rangers do U.S Army com experiência da guerra de guerrilha na selva do Vietname assistidos por agentes da CIA infiltrados na Inteligência boliviana. Os Rangers montaram uma base avançada em La Esperanza, proximo da posição onde se encontrava Che Guevara.
Alega-se que a terceira maior falha de Che Guevara foi ter confiado nos aparelhos cubanos de comunicação que operavam em “ondas curtas” que apresentaram problemas e eram vulneráveis a qualquer possibilidade de intercepção. No lugar de estes rádios de “ondas curtas” constituírem meios de apoio, eram um verdadeiro “pesadelo” para o guerrilheiro.
A quarta e tida como a grande falha do guerrilheiro argentino foi de sempre preferir o confronto ao invés de uma capitulação quando se viu cercado pelos Rangers dos EUA. Alega-se que Che Guevara denotou ausência diplomática no seu perfil aquando da sua captura, o que o teria prejudicado a tal ponto de se optar somente pela sua execução sumária, porque “soltar” o líder guerrilheiro representaria uma grande ameaça futura aos interesses dos EUA.
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