A CARTA DO REI LEOPOLDO II DA BÉLGICA AOS CRISTÃOS EM ÁFRICA

Por: RM Kuyeri, 08 de Setembro de 2020

Em carta publicada por cortesia do Dr. Vera Nobres e do Dr. Chiedozie Okoro, refere-se: “Um dia os pretos de África vão entender a ligação entre a religião e a política... Um dia”.


A referida carta é do Rei Leopoldo II da Bélgica para os Missionários da Colónia, escrita em 1883, a qual refere:

Reverendos Padres e,

Queridos Compatriotas:

A tarefa que vos será dada a cumprir é muito delicada e requer muito tacto. Vocês vão a África para evangelizar, mas a vossa evangelização deve aspirar todos os interesses da Bélgica.


O vosso principal objectivo nesta nossa missão no Congo nunca será de ensinar os negros a conhecer a Deus, isso eles já sabem. Eles falam em se submeter a Mungu, a Nzambi, a Nzakomba e o que mais eu não sei. Eles sabem que matar, dormir com a esposa de outro homem é um insulto, é ruim.

Tenham coragem de admitir que vocês não estão indo para ensinar o que eles já sabem. O vosso papel essencial é para facilitar a tarefa dos administradores industriais, o que significa que vocês vão interpretar o evangelho na melhor forma de proteger os nossos interesses em África.


Por isso vocês têm que submeter aos negros distraídos e sem nenhum interesse pelas riquezas dos seus solos. Eles jamais podem interessar-se pelo ouro, pelos diamantes e vocês devem mantê-los a lutarem entre eles para agradarem a vocês, eles devem sonhar ser como nós e se matarem para nos agradar.

O Vosso conhecimento do evangelho vos permitirá encontrar textos para recomendar aos negros e encorajar os seus seguidores a amarem a pobreza, passagens como: ‘Felizes são os pobres, porque eles herdarão o reino dos céus’, ‘É muito difícil um o rico entrar no reino de Deus’. Vocês têm que separá-los e fazê-los desrespeitar tudo aquilo que lhes dá coragem para nos afrontar.

Faço aqui referência ao seu sistema místico e à sua protecção. Vocês devem convencê-los a abandonar, a odiar e a perseguir os seus sistemas místicos e as suas religiões de protecção, alegando que apenas a nossa religião pode lhes levar aos céus. Vocês devem fazê-los acreditar que a sua religião é feitiçaria e é contra o nosso Deus verdadeiro, assim eles próprios se encarregarão de perseguir e destruir as suas religiões.

A vossa acção será dirigida essencialmente para os mais jovens, para que eles não s

e revoltem quando a recomendação do sacerdote é contraditória aos ensinamentos dos seus pais.


As crianças têm de aprender a obedecer o que o missionário recomenda, deverão aprender que o missionário é o pai da sua alma. Vocês devem insistir sempre na sua total submissão e obediência, evitar o desenvolvimento do espírito de revolta nas escolas, ensinar os alunos a ler e não à ter razão.

Meus queridos patriotas, estes são alguns dos princípios que devem ser aplicados. Vocês vão encontrar muitos outros livros que serão dados a vocês no final desta conferência.


Evangelizar os negros para que eles fiquem para sempre em submissão aos colonizadores brancos, para que eles nunca pensem em revoltar-se contra as restrições a que estão submetidos. Recite todos dias: ‘Felizes são aqueles que estão chorando, felizes são os pobres, porque deles estão feitos para o Reino de Deus’.

Conversem sempre com os negros usando o chicote. Mantenham as suas mulheres distantes por nove meses, após os seus homens apresentarem-se para trabalharem livremente para nós. Devem forçá-los a pagar-vos com cabras, frangos ou ovos toda a vez que vocês forem visitar as suas aldeias, em sinal de reconhecimento.

E certifique-se de que o negro nunca se enriqueça. Cantem todos os dias que é impossível um rico entrar no céu. Faça-nos pagar o imposto a cada semana na missa de domingo. Usem o dinheiro supostamente para os pobres, para construir florescentes centros de negócios.

Devem instituir um sistema confessional que vos permita serem bons detectives, denunciando e reprimindo todo e qualquer preto que tem uma consciência diferente ou contrária do que a de quem toma decisão.

Ensinem os negros a esquecerem os seus heróis e adorar só os nossos heróis. Nunca ofereçam um assento cómodo a um preto que vem vos visitar. Não lhes dêem mais do que um cigarro. Nunca convidem-os a jantar, mesmo que ele lhes dêem um frango cada vez que ele virem às vossas casas”.


O discurso acima revela a real intenção das expedições missionárias cristãs em África que foi exposta ao mundo pelo deputado Moukouani Muikwani Bukoko, nascido no Congo em 1915 e que, em 1935, enquanto trabalhava no Congo, comprou uma Bíblia de um padre belga que esqueceu o discurso no interior da sua Bíblia. Foi então que se ficou a saber qual é a verdadeira intenção da Igreja Católica em África.

Isto explica a razão da proliferação de tantas igrejas em qualquer canto do continente africano, diferentemente da Europa e da América. A religião cristã veio a África ao serviço da metrópole colonial. Veio para dominar espiritualmente aos africanos negros para entregarem tudo o que têm aos seus dominadores brancos na esperança de um Reino de Deus que não passa da sua miséria, do seu sofrimento, da sua dor do dia-a-dia.


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