COLONIZADORES
DE ONTEM, COLONIZADORES DE HOJE
RM
Kuyeri, 14 de Novembro de 2019
Andrew
Pearse, presente em Tribunal Distrital de Brooklyn nos EUA, declarou
que adquiriu participações em Projectos de Exploração de Petróleo
com o dinheiro do calote aplicado aos moçambicanos, do famigerado
Processo das Dívidas Ocultas que conta com dezenas de detidos a
espera de julgamento em Moçambique.
Fonte
ligada ao Tribunal Distrital de Brooklyn nos EUA confirma que o
dinheiro será confiscadas pelo Governo norte-americano e os
moçambicanos vão pagá-lo na mesma junto dos credores
internacional, sem dele se ter beneficiado. Isto segue o modelo
histórico dos colonizadores de ontem que decidiram pela partilha de
África entre si, sem consultarem aos africanos.
Andrew
Pearse, antigo Director do banco Credit Suisse que concedeu os
milhares de dólares norte-americanos do calote, confessou ter
recebido USD45 milhões de subornos em conexão com as dívidas
ocultas e investiu parte deste dinheiro na compra de blocos de
exploração de petróleo e de gás na Polónia e no Estado
norte-americano de Novo México.
As
autoridades norte-americanas arrogam-se ao direito ilegítimo de
estes activos serem confiscados a favor do Governo dos EUA, em
conexão com o caso de julgamento de Andrew Pearse no Tribunal
Distrital de Brooklyn, em Nova Iorque. Pois, se os EUA não existiam
aquando da partilha de África, esta é a sua oportunidade de se
mostrarem ser os colonizadores de hoje.
Aquando
do calote aplicado aos moçambicanos, Andrew Pearse era Director da
Global Fund Group na Credit Suisse. Negociou e o calote
foi aprovado em nome de empréstimos a favor de empresas públicas
moçambicanas criadas a propósito. Trata-se da ProIndicus, MAM
e EMATUM.
Andrew
Pearse confessou perante o Tribunal Distrital de Brooklyn que jogou o
papel importante na manipulação de informações sobre o risco
económico, risco reputacional e factor corrupção de Moçambique
junto da Privinvest, a empresa que iria executar os alegados
projectos de protecção da costa marítima que seriam financiados.
O
papel de Andrew Pearse permitiu a concessão de mais de USD1.4 mil
milhão de empréstimo às empresas de Moçambique, valor do qual ele
recebeu USD45 milhões de comissões ilícitas que investiu nas
indústrias petrolíferas polaca e norte-americana. Para além desta
aquisição, o antigo bancário investiu o dinheiro de corrupção na
compra de uma empresa imobiliária na África do Sul, denominada
Farsight Limited.
Refira-se
que a Farsight Limited é uma empresa que possui activos na
África do Sul e essas propriedades estão incluídas no confisco a
favor dos EUA. Andrew Pearse adquiriu tais propriedades em 2015, com
o produto do calote contra as gerações de hoje e do futuro de
Moçambique. Ele bem sabe que tais propriedades valem entre 2 e 3
milhões de dólares norte-americanos. Todo esse dinheiro vai para
tesouraria norte-americana, mantendo vazia a tesouraria moçambicana,
para a nossa desgraça como os colonizados de hoje.
Nas
suas declarações perante o Tribunal Distrital de Brooklyn, Andrew
Pearse disse: “Concordei em perder os meus interesses em todas as
empresas da Palomar. Há uma série de empresas que a empresa
original da Palomar Capital Advisors, que era a consultora dos
empréstimos moçambicanos, possui, principalmente concessões de
petróleo e gás na Polónia. Entendo que tenho que entregar ao
governo norte-americano tudo…”. Trata-se de conspiração de
colonos contra o povo moçambicano. Não me refiro aos vários povos
dos famigerados políticos que andam às gritarias na praça como
lacaios dos colonos de hoje, mas sim ao genuíno povo moçambicano
que não tem cor partidária.
Este
antigo bancário e colono de hoje explicou que o principal activo
dessas empresas é um campo de gás na Polónia: “Acredito que está
avaliado entre 35 e 40 milhões de dólares”, disse Andrew Pearse.
“A minha parte desses activos foi adquirida usando os fundos que eu
recebi como produto do crime em relação ao assunto em questão”,
acrescentou Andrew Pearse, sem vergonha na cara, porque herói dos
colonos de hoje.
Segundo
Andrew Pearse, a Palomar também adquiriu direitos para
explorar campos de petróleo no Novo México em 2013: “Adquiri-os
com os meus parceiros na época, nomeadamente: Iskandar Safa e Jean
Boustani. Adquiri a minha parte dessa propriedade usando o dinheiro
que recebi da Privinvest em relação a esses projectos, que
foram os produtos do crime”, confessou Andrew Pearse perante o
Tribunal Distrital de Brooklyn.
Importa
lembrar que Andrew Pearse é acusado de vários crimes pelo seu papel
nas chamadas dívidas ocultas, que não passam de um calote dos
colonizadores de hoje. O calote daria uma pena de prisão de
aproximadamente 40 anos, mas tenho dúvidas de que Andrew Pearse será
assim condenado depois de ter prestado valioso tributo aos colonos de
hoje. Pois, sabe-se que Andrew Pearse fez acordo com o Governo
norte-americano para cooperar, contando toda a verdade que sabe sobre
as chamadas dívidas ocultas. Em troca poderá ganhar prémio, que
chamam de atenuação da pena.
Como
parte do acordo com os colonos de hoje, Andrew Pearse decidiu
entregar os seus activos para confisco e declarou ao Tribunal
Distrital de Brooklyn, no passado dia 16 de Outubro de 2019, que
adquiriu participações em projectos de exploração de petróleo
com o dinheiro das dividas ocultas.
Resta
saber agora qual vai ser o destino dos dezena de servidores dos
colonos de hoje no calote que se contentaram com as megalhas do
banquete de Andrew Pearse, Iskandar Safa e Jean Boustani.
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