CARTA ABERTA AO MINISTRO DA CIÊNCIA
E TECNOLOGIA, ENSINO SUPERIOR E TÉCNICO PROFISSIONAL
Por funcionários do ISCAM, @Verdade, 08 de Setembro de 2016
Excelência!
Nós docentes
e corpo técnico administrativo do Instituto Superior de Contabilidade e
Auditoria de Moçambique (ISCAM) recebemos com muito agrado a notícia de que,
nos próximos dias, o senhor vem visitar a nossa instituição. Sentimo-nos
honrados, aliviados e agradecemos antecipadamente a Deus pela sua vinda à nossa
instituição mesmo sem saber o que nos reserva a sua visita.
Esperamos,
sinceramente, que a visita não seja de cortesia política. Estamos convictos de
que o senhor se fará acompanhar pelo novo director adjunto, que seja capaz de
assessorar o director geral na sua nobre missão de dirigir com zelo a nossa
instituição.
Escrevemos
com as lágrimas nos olhos e com os estômagos vazios e ruindo de tanta fome,
porque até a presente data os docentes não auferiram os seus salários e estão
dependentes da disposição da directora adjunta, a senhora Carla Aurora Moiana,
para assinar cheques. Estamos a ser punidos porque falamos a verdade.
Que o senhor
ministro não se deixe enganar pela aparência desta bandida nem pela beleza
externa da instituição. Certamente que irá deparar-se com o chão coberto de
mármore, árvores podadas, pinturas novas. Tudo isto para impressioná-lo. A
verdade é uma: muito dinheiro está a ser desviado dos cofres da instituição
para o bolso da Carla Moiana e dos seus sobrinhos. Trata-se de Nagea Mabote
(assessora financeira da instituição filha da sua prima) e Lodge (chefe da UGEA
e filho da sua irmã mais velha).
Esperamos,
igualmente, que nos traga o relatório final da IGF relativo aos desvios de
fundo na nossa instituição, protagonizados pela directora adjunta.
Procure
saber dos nossos auxiliares se as moelas e patas de galinhas foram bem
preparadas e servidas pela amiga da senhora Carla, que está a explorar o centro
social da instituição.
Pergunte a
ela sobre as motivações que a levaram a cortar o pão e o leite na alimentação
daqueles que todos os dias estão expostos a detergentes fortes como creolina,
durante a limpeza nas casas de banho de estudantes e no economato.
Senhor
ministro, desculpa a via usada para expressar os nossos sentimentos. Sabemos
que roupa suja se lava em casa, mas quando em casa não sai água recorre-se ao
vizinho. Temos medo e não estamos seguros, porque somos agentes do Estado e
docentes contratados, por isso, se enfrentarmos a “fera” seremos expulsos.
Aliás, os
colegas que quiseram se livrar dos maus-tratos da senhora Carla, através dos
inspectores enviados pelo seu ministério, estão hoje a contas com ela, e outros
foram expulsos.
Será que os
desmandos que esta senhora comete é por ela ser oriunda desse Ministério da
Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional? Ela teve a
coragem de dizer, em pleno consultivo de direcção, que os inspectores não a
esconderam nada, pese embora eles tenham nos garantido sigilo.
Senhor
ministro, se a sua visita é no âmbito do cumprimento do Programa Quinquenal do
Governo e está ciente da crise que os moçambicanos enfrentam, no término da sua
visita leva consigo a senhora Carla e os seus queridos sobrinhos para longe de
nós.
Senhor
ministro, antes de deixar a instituição visite a vitrina para melhor apreciar
as nomeações e escala ainda os gabinetes para consolar os enteados da Carla
Moiana, que estão a padecer lendo jornais.
O mármore
que está a ser colocado no corredor para impressioná-lo custou aos cofres do
Estado 6.000.000 de meticais.
O senhor
ministro duvida do que estamos a dizer? Recorda-se do play back da cantora Anita Macuácua, na graduação passada, e sabe
quanto custou ao Estado? Foram 200.000 meticais.
Desculpa-nos
senhor ministro, por lhe antecipar o stress! Estamos FARTOS da Carla Moiana e
dos seus abusos. Em plena jornada científica, ela abandonou o coitado do
director geral para receber a sua médica tradicional no seu próprio gabinete de
trabalho.
Que SUSTO!
No último
dia das jornadas científicas (26/08/16), Carla Moiana entrou muito cedo na
instituição fazendo-se acompanhar, no carro, por uma idosa e sem demoras ambas
dirigiram-se ao seu gabinete de trabalho, onde a idosa permaneceu enquanto
Moiana fazia uma passeata na sala que acolhia as jornadas.
Subitamente
ouviram-se no gabinete da Moiana, gritos (impossível de traduzir em palavras na
língua de Camões) característicos dos nossos conhecidos espíritos africanos,
mas certamente recordaram aos que ouviram aquelas cerimonias de maziones ou outras cerimonias
tradicionais presididas por curandeiros. Moiana correu para a sua sala a fim de
amainar os ânimos da anciã, o que culminou com a sua retirada compulsiva com
ajuda do seu guarda confiado, que em troca é pago as despesas do curso que
frequenta nesta instituição.
Esperamos,
ansiosamente, por si, senhor ministro. Acreditamos na informação fidedigna que
vossa excelência irá transmitir ao Primeiro-Ministro para muito rapidamente
ter-se uma luz verde.
BOAS VINDAS!
Senhor
ministro, vamos terminar por aqui. Não dissemos tudo e permitam-nos lembrar que
nesta instituição trabalham funcionários a tempo inteiro e parcial,
maioritariamente com formação académica de reconhecido mérito. Eles são capazes
de fazer leituras sobre o cometimento de vossa excelência na busca de soluções
para os problemas que lhe cabem enquanto titular do ministério de tutela.
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